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terça-feira, 12 de julho de 2011

O estrago dos "gurus"

Hoje em dia muito se fala, se faz, se copia, mas pouco se pensa de forma crítica sobre tudo que está sendo falado. Em tempos de "terceirização" de opinião é melhor rotular alguém como "relevante" porque os meus "iguais" assim o fizeram do que cair no modelo "tradicional" do pensamento científico - pesquisa, análise e conclusão. É mais fácil dar um like, follow ou + em tudo que os gurus dizem do que tentar aprender com seu próprio senso crítico.

Quero fazer um convite à reflexão individual das pessoas para pensar sobre o papel dos "curadores" de informação e "gurus" de mercado. Não canso de ver as mesmas pessoas estampadas nas capas das revistas que cobrem, principalmente, o mercado publicitário, se for no digital, pior ainda. São sempre os mesmos "líderes" que nessa posição deveriam pensar mais antes de falar. Sem falar na profusão de "cases" de sucesso, que aliás perdeu o complemento de sucesso e virou somente case, afinal alguns se tornam cases antes mesmo de completar o ciclo.

Quando comecei na publicidade digital em 2000, tínhamos a visão que a internet seria a mídia mais mensurada e o ROI cairia no colo dos anunciantes automaticamente. Anos mais tarde fomos descobrindo que não era bem assim e, da mesma forma que a interação alterou a forma de gerar conteúdo, a variável usuário e suas capacidades de interferir no meio, também tornou-se uma pedra no sapato das empresas que medem meios digitais. Como nem tudo é perfeito no mundo analógico, a mesma regra vale para o digital. Entretanto, nem tudo que foi conquistado foi contemplado como evolução e a confusão generalizada entre o que se mede e qual a métrica mais relevante para o seu negócio acaba atrapalhando muito mais ainda os jovens que estão começando agora, cada vez mais perdidos em termos de senso crítico e capacidade de transformar os negócios.

Não faz muito tempo que saber os hábitos de leitura dos usuários de internet em termos de conteúdo editorial seria a cereja do bolo. Saber o que os usuários mais lêem e comentam, distribuir isso por macro região e estado, dispositivo, fidelidade etc... Traria aos publishers um conhecimento sobre sua audiência. Mas aí vem os caras especializados em publicidade por performance que o e-commerce, por questões óbvias, abraçou de primeira. Aí chegam outras métricas relacionadas à engajamento e interação etc... Bem, se cada coisa vai ficar no seu quadrado, beleza, não temos nenhum problema? Totalmente errado, não canso de ver pessoas/"gurus" querendo usar métrica de e-commerce para publicidade on line,

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