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quarta-feira, 20 de julho de 2011

Todos devem ler Theodore Levitt para não parecer ridículo depois

Antes de justificar o título com o nome do autor de Miopia de Marketing (1960), artigo com vários prêmios e utilizado até hoje em qualquer MBA do mundo como referência de como as empresas (pessoas) não conseguem ter uma visão de longo prazo e saber qual é exatamente a função do seu negócio e não a forma como é disponibilizado/comercializado.

Podemos começar o raciocínio, pensando em um exemplo atual de declínio, substituição por outro meio (5 forças de Porter). Quem montaria uma locadora física para entregar entretenimento doméstico com deslocamento físico do cliente, estacionamento, fila, gente chata ao lado falando o final do filme que você acabou de escolher etc, quem? Eu, nem a pau...

As locadoras físicas já foram substituídas pelas locadoras on line e não tem volta. Por N razões desagradáveis em uma prestação do serviço, que muitas vezes depende de esforço físico e regras - vai e volta duas vezes na locadora - simplesmente o modelo substituto é, inquestionavelmente, mais confortável para o consumidor, basta criar uma conta e ver o filme que quiser, via banda larga é claro.
Não fosse somente esse o benefício, ainda é mais barato.

Voltando ao nosso raciocínio, muitas outras coisas novas vão surgir e outras vão deixar de existir, não adianta tentar mudar o hábito das pessoas porque, bem ou mal, hoje elas tem muito mais informação que antes. Com o poder de decisão/colaboração na mão do consumidor, fico extremamente decepcionado com algumas figuras que já admirei no passado quando os vejo dizer que a Web é só mais um canal no MIX de comunicação, só mais um meio. Até entendo os motivos, muitos deles, reserva de mercado.

Mas vamos concordar que é muito simplista dizer que uma plataforma lançada em 1990 com propósitos de compartilhar informações de forma estruturada (cyberspace) com ferramentas de busca (aí o gigantismo do Google para ilustrar) em conteúdo indexado na nuvem. Local onde as pessoas e instituições ficam em pé de igualdade em termos de acesso a informação gratuita patrocinada pela publicidade (Google de novo) que gera emprego e fomenta uma indústria "virtual" (os servidores e redes são físicos) que, cada vez mais, necessita de mão de obra especializada e difícil de formar porque muitos líderes ficam dizendo que a Web só mais um meio, talvez colabore para essa desinformação generalizada. Nota-se também que, em época de terceirização de senso crítico - basta segui-los na rede - que conforta aos que não gostam de pensar e ainda atrapalha o processo de evolução da plataforma e, por consequência, da sociedade. Lamentável!

Pensar que a plataforma que comporta todas as demais mídias hipermidia (menos impressa), serviços on line diversos, comércio eletrônico, redes sociais, educação à distância, entretenimento, publicidade, jornalisamo etc, acessado de qualquer parte do planeta por qualquer dispositivo (mobile), geo localizado e com grandes empresas buscando atrair o interesse do público em nível global é só mais um meio, OK. Talvez você realmente não queira enxergar a Revolução Digital.

OK de novo, a Revolução Industrial também não foi percebida na sua totalidade em sua época.

A mudança está no olhar, muitas vezes reforçadas pelas convicções e resistências, peculiares do ser humano que vive em busca (consciente ou não) de uma zona de conforto, mudar a forma de enxergar/olhar as coisas mexe muito com ego, o desapego, a revisão e o pensamento crítico e isso dá trabalho para pensar.

Basta olhar para os mais novos e ver que a mudança está nos hábitos que, de maneira espontânea, a geração Y é a geração da transformação, da transição e da mudança. Foram os primeiros a experimentar na infância os primeiros video games, os primeiros devices pessoais (pc, walkman, discman - daí migrar para  mp3, iPod, Smartphones e Tablets é um estalo).

Da mesma forma, essa geração está abandonando aos poucos os antigos hábitos de consumo de mídia. Quem assiste TV hoje da mesma forma que há 10 anos?
Quem tem tempo para acordar cedo e ler o jornal impresso? Revista até terá um futuro mais longo...
Não, não vou trocar a leitura gratuita dos web sites que acesso e acompanho pelo Twitter e Facebook por uma edição paga baixada no iPad, a menos que o valor daquele conteúdo seja relevante, uso mais o iPad para navegar na web do que em apps por uma razão basica, na web eu acesso tudo, ou pelo menos devia ter essa condição, ao passo que apps precisam de up dates, pagar muitas vezes, e nem sempre a experiência é satisfatória. Outro motivo, se uma edição de revista tem 200/250 MB, como vou baixar isso toda semana? Como vou armazenar isso (50 edições por ano) em um device com 16/32/64 MB, quanto vou pagar de 3G se não tiver um plano ilimitado?

Na TV aberta ou paga.
Por que tenho que mudar minha vida para ver o Jornal Nacional naquele mesmo horário que quando foi criado, há 40 anos, o ritmo de vida era completamente diferente de hoje. O mesmo vale para novelas, seriados, filmes etc. Se tudo isso vai, de forma ou outra, parar na Web, depois eu vejo. Quando quero ver clips, não espero mais a MTV transmiti-los a mim, entro no meu canal no Youtube e vejo os clips mais legais da minha vida na hora que eu bem quiser. Não estou dizendo que a TV vai acabar, o que vai mudar é o consumo e, sim, a grade de programação só vai interessar em eventos ao vivo de grande impacto, o futebol do domingo, mas se puder ver o jogo no Facebook junto de todos os meus amigos, muito melhor do que, simplesmente, ver na TV aberta ou fechada, na web a TV pode ser sociável e para quem já é multitarefa desde cedo, ver TV e falar no chat com os amigos e fazer outras coisas ao mesmo tempo, é a coisa mais normal mundo.

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